# Síndrome
de Fregoli
Com
características que incluem transtornos delirantes persistentes e esquizofrenias,
o portador da síndrome tem a nítida sensação de que uma pessoa, geralmente
familiar, o está perseguindo e repetidamente modifica a sua aparência para
justificar o ato. Assim, o paciente pode imaginar que o médico, o porteiro do
prédio ou o taxista são a mesma pessoa, apenas usando um disfarce para
continuar a perseguição.
A
síndrome pode estar relacionada a uma lesão cerebral, mas também há casos de
natureza paranoica. O tratamento é feito com medicamentos e, em geral, o
portador pode apresentar outras patologias como depressão, psicose e
esquizofrenia. Antipsicóticos, anticonvulsores e antidepressivos estão entre os
tipos de remédios utilizados no processo de cura.
# Síndrome
da Má Identificação Delirante
Trata-se
de uma síndrome causada por distúrbios neurológicos no lado direito do cérebro
e que afeta a experiência de percepção da pessoa. Os portadores dessa patologia
não conseguem reconhecer a própria imagem em um espelho, tendo ilusões de que o
rosto que visualizam é o de outra pessoa.
O
distúrbio também vem acompanhado de outros sintomas que podem levar a mais
patologias, como a esquizofrenia, por exemplo. O delírio é considerado
monotemático, uma vez que as ilusões se resumem apenas à própria imagem e não a
outras coisas.
Acidente
vascular, traumatismo crânio-encefálico e doenças neurológicas estão entre as
principais causas dessa síndrome que, embora menos rara do que a Síndrome de
Fregoli, também é pouco encontrada. Distúrbios nesse sentido já foram
retratados no episódio “Heart of Glass” da série “CSI: Nova
York” e no filme “O Olho do Mal”.
# Agnosia
Visual
Normalmente
associada a danos cerebrais ou doenças neurológicas, a agnosia visual é a perda
da capacidade de reconhecer pessoas, objetos sons e formas. O termo agnosia
significa perda de conhecimento e é exatamente isso o que acontece com os
portadores dessa patologia. Eles podem olhar para um objeto comum, como uma
caneta, e não conseguir identificar o que é.
A
deficiência, em geral, está associada a danos cerebrais e doenças neurológicas
na região do lobo temporal. O estresse é também uma das causas que ajudam a
potencializar os sintomas dessa doença. Por se tratar de uma alteração
intermediária entre a sensação e a percepção, os sentidos permanecem
inalterados, sendo o problema pontual.
Apesar
de o distúrbio requerer tratamento e acompanhamento médico, a má notícia é que
a agnosia visual é permanente e os portadores da patologia precisam aprender a
conviver com ela para o resto da vida. Grosso modo, é como se você precisasse
enfrentar a situação descrita no filme “Como Se Fosse a Primeira Vez” todos os
dias.
# Prosopagnosia
Conhecida
popularmente como “cegueira das feições”, a prosopagnosia é uma doença rara e
que afeta diretamente como a vítima vê os rostos de outras pessoas. Apesar do
pequeno número de relatos, pesquisas recentes apontam que 1 em cada 50 pessoas
sofre desse mal, ainda que em menor escala.
Associada
a lesões cerebrais ou doenças neurológicas, pouco se sabe sobre o mal e algumas
hipóteses apontam até mesmo para hereditariedade. O portador dessa disfunção
não consegue distinguir as feições de uma pessoa, como olhos, nariz e boca,
vendo uma mancha única.
Como o
reconhecimento dos detalhes do rosto é parte importante no processo de formação
da memória, a ausência deles pode causar sérios problemas de socialização para
os portadores. Poucas terapias desenvolvidas para minimizar o problema foram
bem-sucedidas.
# Somatoparafrenia
A
somatoparafrenia, assim como a Síndrome da Má Identificação Delirante, é uma
disfunção monotemática, ou seja, isolada. O paciente acredita seriamente que
uma das partes do seu corpo não faz parte do seu organismo. Assim, ele é capaz
de se lesionar e até mesmo amputar um braço, apenas por achar que ele pertence
à outra pessoa.
Vítimas
com essa síndrome têm danos em uma região do cérebro chamada homúnculo, uma
espécie de mapa corporal. A região é responsável por “catalogar” todas as
partes do seu corpo para que você possa manter o controle sobre cada uma delas.
Apesar da disfunção, o paciente ainda consegue mover os membros normalmente,
apenas não os reconhece como sendo parte de si.
Um
caso curioso relacionado à disfunção ocorreu em 1997. O cirurgião Robert Smith
recebeu um pedido de um paciente para que amputasse uma das pernas, que a
vítima acreditava não ser dela. Surpreendentemente o médico aceitou o pedido e,
semanas depois, recebeu dezenas de outros do mundo todo solicitando que ele
fizesse o mesmo em outras pessoas.
Assim
como as doenças acima, existem muitas outras, em menor escala, capazes de
provocar reações curiosas para quem observa. Embora os sintomas possam
apresentar variações, a melhor maneira de descobrir qual é o problema é sempre
consultando um médico especialziado, sem tentar se enquadrar em uma categoria
ou outra por conta própria.
# Dermatografia: pele muito sensível
Dermatografia
é uma rara condição onde a pele se torna extremamente sensível a pequenas
lesões, arranhões e até mesmo a luz solar. A pessoa acometida por esse mal
apresenta hipersensibilidade do sistema imunológico (alergia), através da pele,
que faz com que o corpo libere uma quantidade exagerada de histamina, fazendo
com que os vasos capilares fiquem muito dilatados, provocando equimoses (que
duram cerca de 30 minutos) sobre a pele levemente arranhada. Isso significa que você pode fazer como a
artista Ariana Page Russell, que resolveu usar a sua condição de portadora
dessa doença para criar obras de arte no próprio corpo. Após 30 minutos as
marcas antigas desaparecem e a sua pele volta a ficar lisa, até ser arranhada
novamente.
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